27/07/07

Saudade...

Saudade… Saudade de me sentir em casa… de sentir o meu quarto como meu, de saber os cantos à casa e de conhecer todas as pessoas da minha cidade… Saudade…
Á medida que crescemos, que o tempo corre e a vida passa, vamos criando raízes em outros sítios, em outros portos… Vamos chamando família aqueles com quem partilhamos instantes, aqueles que cuidam de nós, aqueles que nos vão amando…
E de repente regressamos ao nosso quarto de infância e temos novamente 15 anos… e vejo-me contorcida atrás dos cortinados, a chorar, ao mesmo ritmo da chuva que cai lá fora… Revejo as minhas amigas em cima da cama, a desfolhar fotografias e a trocar histórias de amor não correspondidas… revejo noites mal dormidas, sentada na secretária com medo do próximo exame… e vejo o meu sorriso, numa cara de menina. Feliz!
E volto-me a sentir em casa… Volta a saudade dos amigos que ficaram, das tardes passadas, das idas ao cinema, das experiências trocadas, dos cigarros fumados, das loucuras cometidas…

A ilusão que tudo podia ser meu para sempre....

"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Nao perdi nada, apenas a ilusão que tudo podia ser meu para sempre..."

Miguel Sousa Tavares

Há dias em que é necessário enaltecer o corpo para elevar a alma.


Hoje...Tenho a alma bem lá em cima... :)

26/07/07


Enerva-me o narcisismo. O egocentrismo. A capacidade das pessoas só conseguirem olhar única e exclusivamente para o seu umbigo. Só conseguirem pensar em si mesmas. Irrita-me não olharem a meios para atingirem os seus fins. E no final do dia ainda têm o descaramento de se lastimarem por se sentirem sozinhas. Sozinhas?
Sozinho é uma palavra demasiado pesada, mesmo para aqueles que pensam que suportam o mundo nos seus ombros.
Ninguém consegue… Ninguém consegue estar sozinho muito tempo. A solidão magoa, asfixia, afasta, deprime. A solidão consome-nos. Absorve toda a nossa alegria. A nossa energia.
Mas para não chegarmos a este ponto temos que lutar para tal… Temos que nos conhecer e nos dar a conhecer… Temos que ser genuínos, únicos, verdadeiros… Temos que nos ir envolvendo. Temos que aprender a contemplar e a partilhar a simplicidade da vida com quem nos quer bem, com quem merece… Com quem partilha esses mesmos ideais.
E no entanto ainda há quem só se preocupe consigo e ainda demande que o outro esteja ali, sempre, sempre, sempre….
Apoquenta-me o facto de estarmos todos a caminhar na mesma direcção seguindo caminhos paralelos, que mal se cruzam. Não estaremos todos cada vez mais egoístas? Mais comodistas? Cada vez mais amigos de nós mesmos e não dos outros?

25/07/07

Incertezas. Um pouco mais de vinho. Uma gargalhada ao fundo. E tu estas lá. A cabeça à roda. Aquelas promessas, aqueles brindes. E já não estás. Bebe mais esse. O telefone toca. Danço. Danço muito até ficar estoirada. Até os pés gritarem de dor. Mais uma vodka. Com gelo por favor. As promessas dos reencontros. De mais uma noitada. E vou para casa cheia de certezas. E adormeço sem ti. Mas bem. Porque estou feliz. Deixei-te ir. Tenho a cabeça à roda. Estou mal disposta.

E de manha volta tudo ao mesmo. As mesmas incertezas.

23/07/07

Se um sorriso conseguir falar...


... ele que demonstre a cumplicidade, o afecto e a felicidade que de mim emana...


Oh como é bom olhar para trás e dizer "fui feliz"!

E com estas palavras conseguir fazer do passado, um presente e um futuro mais completo!

22/07/07



Será assim tão descabido passar uma noite olhando as estrelas e imaginando o que virá depois? Imaginar os próximos sorrisos. As próximas lágrimas. As próximas vitórias. As próximas desilusões e ilusões? Sabe tão bem sentirmo-nos pequeninos e tão GRANDES ao mesmo tempo! Sentirmos que temos força para lutar, que conseguiremos sobreviver, e mais…VIVER! Mas não são esses instantes em que mais precisamos de um porto de abrigo, de um porto seguro onde sabemos que podemos sempre voltar?
E é tão bom saber que eles (que elas), estão lá!

É engraçada a forma como nos vamos apaixonando..pelas coisas, pelas pessoas, pelas suas maneiras de ser, de estar, de sentir.. vamo-nos apaixonando sempre sem saber, sem querer, sem poder..


E afinal, não é assim que vamos construindo os (nossos) sonhos?